Os avanços da tecnologia e a geração de empregos no agronegócio

Florys Arutzman
Florys Arutzman

Entre as grandes contribuições do agronegócio brasileiro para o desenvolvimento do País e o bem-estar dos cidadãos, famílias e comunidades, além de oferta de alimentos de qualidade, abundância, diversidade e sustentabilidade, está a geração de empregos, que se traduz de imediato em renda, riquezas, oportunidades de negócios, tributação e crescimento econômico e social.

Exemplo disso está em Toledo e no Oeste do Paraná, que concentram a maior produção, transformação e exportação de grãos e proteínas animais do Estado, onde, segundo entidades empresariais, existem 12 mil vagas disponíveis, nas mais diversas atividades, no campo e nas cidades. Além disso, segundo as mesmas fontes, em poucos anos esse número de novos empregos criados na região deverá dobrar.

Na verdade, essa contribuição da agropecuária para o desenvolvimento econômico e social beneficia todo o País. Conforme estudo realizado em 2021 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em apenas dois anos nada menos do que oito carreiras profissionais do agronegócio geraram 178,8 mil novas oportunidades de trabalho, mas havia apenas 32,5 mil profissionais disponíveis para preencher essas vagas.

Essa defasagem entre oferta e demanda de empregos no campo, de 82% até 2023, segundo o levantamento, deve permanecer elevada nos médio e longo prazos, atingindo 55% no prazo de 10 anos. Para ocupar essas milhares de vagas no agronegócio brasileiro, vale ressaltar, não é necessário “sujar as botas” ou as mãos, pois estão faltando profissionais habilitados, especialmente em tecnologia.

De acordo com especialistas, a rápida digitalização do campo, aliada às novas demandas ligadas à sustentabilidade, resultou no déficit de profissionais em setor que já responde por mais de 30% das vagas de trabalho oferecidas no País. As novas vagas são destinadas a operadores de drones, tecnólogos em informação, engenheiros agrônomos digitais e cientistas de dados agrícolas, além de médicos veterinários, nutricionistas, operadores de máquinas e motoristas, entre diversas outras atividades tradicionais.

Conforme os estudos realizados, dentre as principais habilidades digitais exigidas nos novos empregos do agronegócio, estão operação de drones para vistoriar lavouras, pulverizar defensivos, fertilizantes e até sementes; uso da telemetria para coletar dados de colheita, avaliar condições do solo e necessidades de fertilização, analisar e tratar infestações de pragas e plantas daninhas; e o monitoramento do ambiente por meio de sensores e aplicativos que coletam dados climáticos, como ventos, temperatura e umidade.

Para atender esses avanços tecnológicos, por questão de competitividade, a própria indústria está procurando capacitar funcionários de clientes e prestadores de assistência técnica. Ocorre que a mudança de paradigma de mecânica para eletrônica começou há 10 anos e mais recentemente, chegou à automação e telemetria.

Máquinas modernas com telemetria estão transmitindo online inúmeras informações durante o período de operação no campo, exigindo a presença de gestores e a colaboração de profissionais em centrais de inteligência, capazes de analisar esses dados e apontar soluções para o desenvolvimento do agronegócio. Em Toledo e no Oeste do Paraná, felizmente temos instituições para a formação desses profissionais especializados.

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