A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a importância de garantir a igualdade na aplicação da inteligência artificial (IA). Em um artigo recente, ela enfatizou que a tecnologia, embora promissora, pode perpetuar racismo e desigualdades se não for cuidadosamente regulamentada. A ministra defende que políticas específicas são necessárias para evitar que sistemas de IA reproduzam preconceitos.
Franco argumenta que a IA está cada vez mais presente em nossas vidas, influenciando desde a medicina até a segurança pública. No entanto, essa tecnologia traz desafios éticos significativos, especialmente quando se trata de manter ou promover desigualdades sociais. Ela ressalta a necessidade de enfrentar esses desafios com coragem, pois eles se entrelaçam com problemas antigos, como racismo e pobreza.
A invisibilidade dos processos de IA é uma barreira inicial, dificultando a defesa contra seus impactos negativos. Além disso, a percepção ingênua da IA como algo distante e artificial pode ser perigosa. Na realidade, a IA está presente em muitos aspectos do cotidiano, desde farmácias até aeroportos, e pode refletir preconceitos sociais existentes.
A ministra observa que a construção dos sistemas de IA pode incorporar informações racistas e estereótipos, devido à falta de diversidade nos dados utilizados. Isso é agravado pela sub-representação de mulheres, negros e outras minorias no setor de tecnologia, o que influencia a perspectiva com que os sistemas são desenvolvidos.
Para enfrentar esses desafios, o Ministério da Igualdade Racial, em parceria com a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência, está desenvolvendo um Plano de Comunicação Antirracista. Além disso, um webinário sobre racismo na internet gerou reflexões importantes sobre a necessidade de políticas que garantam a transparência e responsabilidade dos sistemas de IA.
O racismo online é uma forma de violência que afeta a saúde mental e autoestima das pessoas negras. Portanto, é crucial promover conteúdos que valorizem a diversidade cultural afro-brasileira. A ministra enfatiza que o desenvolvimento de IA deve respeitar a diversidade social e os direitos humanos.
Por fim, Anielle Franco conclama a sociedade, acadêmicos e formuladores de políticas públicas a se unirem para criar sistemas de IA que não reforcem preconceitos, mas que avancem em direção a uma sociedade mais justa e igualitária.