De acordo com Paulo Henrique Silva Maia, Doutor em Saúde Coletiva pela UFMG, educar as novas gerações sobre o envelhecimento é essencial para construir uma sociedade mais inclusiva, empática e preparada para os desafios demográficos do futuro. Com o aumento da expectativa de vida e o crescimento da população idosa, preparar jovens para compreender essa fase da vida tornou-se uma necessidade urgente.
A seguir, discutimos a relevância de inserir esse tema na educação, os benefícios sociais e individuais dessa conscientização e as estratégias para implementar esse conhecimento.
Por que educar sobre o envelhecimento desde cedo?
A educação sobre o envelhecimento permite que crianças e jovens desenvolvam uma compreensão mais ampla e respeitosa sobre o ciclo da vida. Ao abordar o tema nas escolas, nas famílias e nos espaços de convivência, forma-se uma base sólida para combater o etarismo e promover uma convivência mais harmoniosa entre gerações.
Segundo Paulo Henrique Silva Maia, o desconhecimento sobre o processo de envelhecimento contribui para a formação de estigmas, preconceitos e atitudes discriminatórias. Educar desde cedo ajuda a desmistificar ideias negativas e prepara os jovens para lidarem com mudanças biológicas, emocionais e sociais que fazem parte da vida de todos.
Quais são os impactos sociais da educação sobre o envelhecimento?
A sociedade que valoriza e entende o envelhecimento tende a ser mais justa e solidária. Ao ensinar a nova geração a respeitar os mais velhos, estimular o cuidado intergeracional e compreender as necessidades da população idosa, promove-se a inclusão e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Empresário com forte atuação em políticas públicas de saúde, Paulo Henrique Silva Maia ressalta que a educação para o envelhecimento também contribui para a construção de políticas mais eficazes. Jovens bem informados tornam-se adultos mais conscientes, exigentes e engajados na defesa dos direitos dos idosos.

Como a escola pode contribuir na formação dessa consciência?
A escola é um espaço privilegiado para inserir conteúdos que abordem o envelhecimento sob diversas perspectivas — biológica, psicológica, social e cultural. Atividades lúdicas, projetos interdisciplinares, rodas de conversa com idosos da comunidade e leituras sobre o tema são estratégias eficazes para estimular a empatia e o respeito.
Conforme Paulo Henrique Silva Maia, as instituições de ensino devem incluir a temática de forma transversal, promovendo o diálogo sobre envelhecimento saudável, autocuidado, prevenção de doenças e o valor da experiência acumulada ao longo da vida. Isso permite formar cidadãos mais preparados para envelhecer com qualidade e dignidade.
Qual o papel da família na educação sobre o envelhecimento?
A família desempenha um papel fundamental na formação dos valores das novas gerações. O convívio com avós e idosos próximos é uma excelente oportunidade para ensinar o respeito, a paciência e a escuta ativa. Além disso, ao observar os cuidados com os mais velhos, as crianças aprendem a valorizar os vínculos afetivos e a importância da solidariedade.
Para Paulo Henrique Silva Maia, incentivar conversas em casa sobre o envelhecimento e mostrar que essa fase da vida é tão importante quanto qualquer outra contribui para a construção de uma cultura de cuidado e valorização do idoso. Criar uma cultura de valorização do envelhecimento exige o envolvimento de toda a sociedade. Além da escola e da família, instituições, meios de comunicação e políticas públicas têm o dever de promover a imagem positiva da velhice e estimular o protagonismo da pessoa idosa.
Preparar a nova geração para lidar com o envelhecimento é uma estratégia inteligente e necessária para construir uma sociedade mais justa, empática e preparada para o futuro. A educação sobre o tema deve começar desde a infância e se estender por toda a vida, envolvendo escolas, famílias e instituições sociais.
Autor: Florys Arutzman