Comércio em transformação: Tendências globais que impactam o Brasil

Florys Arutzman
Florys Arutzman
Edinei Jara de Oliveira analisa as transformações globais que impactam o comércio brasileiro.

Ediney Jara de Oliveira expõe que o comércio mundial passou por uma das transformações mais aceleradas da história recente, resultado de avanços tecnológicos, mudanças de comportamento do consumidor e uma reestruturação das cadeias de abastecimento após crises sanitárias e geopolíticas que alteraram fluxos e prioridades econômicas. Portanto, compreender essas tendências é essencial para que empreendedores, gestores e profissionais se posicionem estrategicamente diante de um mercado mais digital, competitivo e dinâmico.

Se antes as mudanças ocorriam de forma gradual, hoje elas acontecem em ciclos curtos. A adoção de novas tecnologias, as pressões ambientais, o custo da logística global e a redefinição de modelos de trabalho moldaram um novo ecossistema comercial. Nesse cenário, oportunidades surgem para os que se antecipam, e desafios se intensificam para quem demora a se adaptar, explica Ediney Jara de Oliveira.

Continue acompanhando este artigo e descubra como essas tendências globais podem afetar preços, concorrência, logística e modelos de negócios no Brasil.

A digitalização definitiva do comércio

A pandemia acelerou em anos a digitalização que aconteceria em uma década. Empresas que antes dependiam do atendimento presencial perceberam novas formas de relacionamento com o cliente, fazendo do meio digital não apenas um canal, mas um modelo de existência.

Ediney Jara de Oliveira apresenta como as tendências globais estão moldando o comércio no Brasil.
Ediney Jara de Oliveira apresenta como as tendências globais estão moldando o comércio no Brasil.

O conceito de omnichannel, integração entre loja física, online, social commerce e marketplaces, deixou de ser diferencial e tornou-se o “mínimo competitivo”. E tal como alude Ediney Jara de Oliveira, o comércio do futuro é híbrido e orientado por dados, e a personalização, antes apenas uma tendência, agora se tornou exigência. O cliente quer ser reconhecido, receber ofertas aderentes ao seu perfil e ser tratado como indivíduo, não mais como massa consumidora.

Essa mudança trouxe duas consequências estratégicas:

  • Empresas que utilizam dados conseguem prever demanda e reduzir desperdícios.

  • Organizações que não monitoram resultados ficam reféns do acaso e da volatilidade.

Plataformas de inteligência de dados, ERPs acessíveis a pequenas empresas e automação de processos democratizaram a tecnologia. A barreira de entrada diminuiu, e a concorrência aumentou.

Consumo consciente e novas relações de valor

Se antes o consumidor buscava preço, hoje ele busca propósito, qualidade, impacto e relação. Com isso, movimentos como o consumo sustentável, a preferência por produtos nacionais, a recusa ao desperdício e a exigência por responsabilidade social corporativa ganharam força. Empresas com práticas transparentes e rastreáveis conquistam mais fidelidade.

No Brasil, isso se conecta a questões estruturais: o custo de importação, a valorização da produção local e a busca por marcas que representem identidade e comunidade. A compra já não é transação; é pertencimento.

Assim como frisa Ediney Jara de Oliveira, o consumidor moderno tem mais voz e mais meios para expressar sua insatisfação ou preferência. Plataformas de avaliação se tornaram instrumentos de reputação e decisão de compra. Não basta vender, é preciso se posicionar.

Logística global e o custo invisível do comércio

A logística se tornou protagonista, dado que, gargalos portuários, custos de contêineres, falta de matéria-prima e riscos geopolíticos tornaram-se fatores determinantes no preço final. A interrupção de cadeias de suprimentos durante crises recentes mostrou a fragilidade da dependência internacional. Países e empresas buscam agora aproximação geográfica (nearshoring) e modelos mistos de produção.

Ediney Jara de Oliveira demonstra que o Brasil vive uma contradição: tem potencial logístico extraordinário em sua capacidade produtiva, mas enfrenta desafios de infraestrutura interna que encarecem o transporte e diminuem a competitividade. Nesse ponto, planejamento estratégico, mapeamento de risco e diversificação de fornecedores tornaram-se indispensáveis.

Tecnologia como agente de redução de custo e risco

Com os novos planejamentos, as doluções digitais reduziram custos operacionais e ampliaram a capacidade de análise. Desde sistemas de gestão até inteligência artificial aplicada ao atendimento, ao estoque e ao marketing, a tecnologia tornou-se inseparável da operação.

Alguns do softwares atuais acessíveis permitem:

  • controle de perdas;

  • precificação inteligente;

  • marketing segmentado;

  • previsibilidade de demanda;

  • análise de performance.

E as empresas que investem em tecnologia ganham escala, precisão e capacidade de decisão. As empresas que postergam a adoção tecnológica enfrentam perda de competitividade, e um atraso em planejamentos e investimentos estratégicos que poderiam ser a mudança dentre um grande mercado.

O futuro do comércio no Brasil

O comércio brasileiro, tradicionalmente resiliente, vive um momento de reconfiguração. Há expansão no varejo digital, fortalecimento da produção local, valorização da experiência e exigência maior do consumidor por atendimento, transparência e responsabilidade. Conforme destaca Ediney Jara de Oliveira, o futuro do comércio exige postura adaptativa. Modelos rígidos tendem a perder espaço. Negócios que entendem o que é valor para o cliente, e entregam esse valor de forma eficiente, tendem a prosperar.

O Brasil tem desafios: custo logístico, tributação complexa e assimetria tecnológica. Mas também tem oportunidades: mercado consumidor robusto, diversidade produtiva e capacidade de inovação. O comércio que prosperará nos próximos anos será aquele que compreender o mundo além de suas fronteiras, interpretar tendências globais e traduzi-las em soluções locais.

Autor: Florys Arutzman

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