Obras de saneamento básico: Por que o atraso no Brasil encarece cidades e limita investimentos

Florys Arutzman
Florys Arutzman
Márcio Velho da Silva explica como o atraso em obras de saneamento encarece cidades e afasta investimentos estratégicos no Brasil.

Obras de saneamento básico representam um dos maiores desafios estruturais das cidades brasileiras. Segundo Marcio Velho da Silva, gestor e consultor técnico, o atraso recorrente nesse setor compromete o desenvolvimento, afasta investimentos privados e amplia gastos emergenciais. Além disso, a precariedade na oferta de água e esgoto reduz a qualidade de vida, interfere na saúde da população e perpetua desigualdades socioeconômicas. Em tempos de urbanização acelerada, o tema deixa de ser apenas uma demanda social e se torna um fator decisivo para a competitividade econômica.

O saneamento é o alicerce invisível do progresso. Sem redes de esgoto, abastecimento seguro e drenagem eficiente, qualquer iniciativa de crescimento urbano perde estabilidade. Projetos imobiliários são cancelados, empresas optam por outros territórios e o custo de manutenção pública cresce de forma exponencial. O que parece uma obra comum resulta, na prática, em impacto direto na arrecadação, nas oportunidades de emprego e na capacidade de atração de capital. Assim, o atraso se transforma em um ciclo que limita a projeção de futuro.

Neste artigo apresentaremos mais do conceito sobre o encarecimento de vivência nas cidades por atrasos em obras de saneamento básico.

Por que o atraso em saneamento encarece cidades?

O atraso das obras de saneamento básico encarece cidades por múltiplos fatores. O primeiro é resultado da correção de danos, isso porque, quando a infraestrutura não é planejada ou atualizada, surgem enchentes, alagamentos, contaminações no solo e na água. Tal como informa Marcio Velho da Silva, cada intervenção após o dano custa várias vezes mais do que a execução preventiva. Isso ocorre porque emergências envolvem mobilização imediata de equipes, serviços de saúde e assistência social.

Outro aspecto é o impacto nas tarifas. Sistemas deficientes ampliam perdas de água tratada, chamadas de perdas na distribuição. Em algumas cidades, esse índice ultrapassa metade de tudo o que é produzido. Isso significa energia desperdiçada, produtos químicos mal aproveitados e recursos financeiros direcionados ao esgoto invisível que se dissipa nas tubulações deterioradas. O consumidor paga a conta mesmo sem perceber o rastro de ineficiência.

Os custos indiretos também merecem atenção, visto que a saúde pública absorve os efeitos do saneamento precário, especialmente em populações mais vulneráveis. Doenças de veiculação hídrica sobrecarregam o sistema de atendimento e reduzem a produtividade econômica. Empresas observam a situação e avaliam riscos. Investidores priorizam regiões com infraestrutura consolidada, pois isso reduz incertezas operacionais.

Atraso estrutural limita investimentos privados e públicos

O atraso em obras de saneamento básico reduz o valor percebido de uma cidade no mercado. Projetos imobiliários dependem de garantias, licenças e segurança jurídica. Com redes de esgoto limitadas, bairros inteiros ficam impedidos de expandir. Isso limita a construção civil, segmenta crescimento e afasta empreendimentos de grande porte. Assim, a economia local perde dinamismo, pois não recebe novas atividades produtivas.

No setor público, o atraso compromete o planejamento, pois quando obras emergenciais ocupam o orçamento, recursos destinados a escolas, mobilidade e saúde são redirecionados. Marcio Velho da Silva expõe que gestores enfrentam o dilema entre atender demandas urgentes ou planejar soluções sustentáveis de longo prazo. Esse conflito dificulta reformas profundas e perpetua a estagnação.

Infraestrutura negligenciada: Márcio Velho da Silva revela por que a falta de saneamento básico limita crescimento urbano e aumenta custos públicos.
Infraestrutura negligenciada: Márcio Velho da Silva revela por que a falta de saneamento básico limita crescimento urbano e aumenta custos públicos.

Investimentos externos exigem previsibilidade. Fundos internacionais que apostam em ESG analisam dados técnicos, índices de cobertura, eficiência hídrica e conformidade legal. Quanto maior o atraso, maior o risco. Isso afeta diretamente o custo do capital, que se eleva, tornando as obras ainda mais caras. No fim do ciclo, paga-se mais para receber menos.

Saneamento como vetor de desenvolvimento urbano

Tratar o saneamento como gasto é um equívoco histórico. Obras de abastecimento e esgoto movimentam a economia, geram emprego e valorizam imóveis. Contribuindo assim para o turismo, agricultura e indústria, dado que, como frisa Marcio Velho da Silva, a universalização do saneamento é uma política de desenvolvimento e não apenas de infraestrutura.

Cidades com saneamento eficiente atraem empresas, aumentam sua base de arrecadação e criam condições para inovação. Startups focadas em sustentabilidade encontram campo fértil para desenvolver tecnologias de monitoramento e reuso de água. Ao mesmo tempo, moradores tornam-se agentes ativos na gestão dos resíduos domiciliares e no uso consciente da água.

A educação ambiental reforça esse processo com programas permanentes de conscientização que ajudam a reduzir perdas e melhorar a coleta de esgoto. Sem participação social, nenhuma obra alcança resultado pleno. O acesso à informação fortalece o vínculo entre gestão pública e comunidade.

Por que 2026 representa um ponto de virada?

O cenário regulatório brasileiro avança para metas mais exigentes. Conformidade, controle e monitoramento passam a ser requisitos para repasses de verbas e parcerias com o setor privado. Municípios que modernizarem o sistema estarão melhor posicionados para captar recursos. Já os que adiarem decisões enfrentarão restrições. Marcio Velho da Silva considera que o futuro das cidades dependerá da capacidade de planejar obras que garantam eficiência, sustentabilidade e retorno econômico.

A integração com outras áreas urbanas se tornará inevitável, isso porque mobilidade, habitação e gestão de resíduos exigem infraestrutura completa. A fragmentação de políticas públicas deixa de ser uma opção. O planejamento integrado permite que obras de drenagem, água e esgoto ocorram de forma coordenada, reduzindo custos.

Atrasar custa mais do que avançar

O atraso nas obras de saneamento básico encarece cidades, limita investimentos e amplia desigualdades. Quando a ação se posterga, o custo retorna multiplicado em forma de danos ambientais, problemas de saúde e perda de competitividade. Enfrentar o desafio exige planejamento contínuo, integração setorial e decisão política, conforme resume Marcio Velho da Silva.

Cidades que compreenderem essa urgência prepararão terreno para crescimento sólido, com segurança jurídica, qualidade de vida e equilíbrio fiscal. O futuro urbano passa por debaixo do solo, nas tubulações que conectam saúde, investimento e desenvolvimento sustentável.

Autor: Florys Arutzman

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