No terceiro trimestre fiscal de 2025, a BrasilAgro apresentou uma recuperação significativa em comparação ao mesmo período do ano anterior. A empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 1,1 milhão, uma melhoria expressiva frente ao prejuízo de R$ 30,1 milhões no terceiro trimestre de 2024. Esse resultado positivo foi impulsionado principalmente pelo desempenho das culturas de soja e algodão, que contribuíram para um crescimento de 40% na receita líquida de vendas, alcançando R$ 170,3 milhões.
Apesar da melhora no lucro líquido, o EBITDA ajustado da companhia foi negativo, totalizando R$ 5,1 milhões. Esse desempenho abaixo do esperado foi impactado por fatores como derivativos financeiros desfavoráveis e a desvalorização do real frente ao dólar, que afetaram negativamente a rentabilidade operacional da BrasilAgro. A empresa também enfrentou desafios relacionados à qualidade da soja produzida, que não atingiu os padrões esperados, limitando a margem de contribuição gerada pela produção.
A estratégia comercial adotada pela BrasilAgro para a soja foi de prudência. A empresa optou por “carregar” os grãos para o segundo semestre de 2025, visando aproveitar uma possível valorização do câmbio e os prêmios de mercado, especialmente em função das tarifas impostas pela administração americana. Essa abordagem estratégica visou mitigar os impactos negativos e potencializar os ganhos com a comercialização da soja.
Além disso, a valorização dos ativos biológicos foi um ponto positivo para a companhia. Houve um crescimento de 61% nos ativos relacionados a grãos e cana-de-açúcar, refletindo o bom desempenho das culturas e a gestão eficiente das propriedades rurais da BrasilAgro. Esse aumento na valorização dos ativos contribuiu para a expansão do patrimônio líquido da empresa, que totalizou R$ 2,17 bilhões, uma leve redução em comparação aos R$ 2,18 bilhões registrados em junho de 2024.
A base de ativos também apresentou crescimento, alcançando R$ 3,97 bilhões, o que representa um aumento de 10% em relação ao período anterior. Esse crescimento foi impulsionado pela valorização das terras agrícolas e pela expansão da área cultivada. A BrasilAgro projeta um aumento de 4% na área plantada, totalizando 179 mil hectares, o que deve impulsionar a produção de grãos e algodão em 34%.
Apesar dos avanços, a companhia continua enfrentando desafios relacionados ao clima e à economia. As condições climáticas adversas impactaram a produtividade das culturas, e a volatilidade econômica, incluindo a desvalorização cambial e os custos elevados de produção, continuam a afetar a rentabilidade da empresa. A BrasilAgro reconhece a necessidade de adaptação constante às mudanças climáticas e econômicas para manter sua competitividade no mercado.
Em termos de perspectivas futuras, a BrasilAgro mantém uma visão cautelosa. A empresa está focada na gestão eficiente de seus recursos, na adoção de práticas agrícolas sustentáveis e na busca por inovações tecnológicas que possam melhorar a produtividade e reduzir os custos de produção. A continuidade da estratégia de prudência comercial e a diversificação das culturas são essenciais para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgirem no mercado.
Em resumo, o desempenho da BrasilAgro no terceiro trimestre fiscal de 2025 reflete uma recuperação parcial em meio a desafios climáticos e econômicos. A empresa continua a demonstrar resiliência e capacidade de adaptação, buscando equilibrar crescimento e sustentabilidade em um cenário agrícola cada vez mais complexo. A atenção às condições de mercado, a gestão eficiente dos recursos e a inovação serão fundamentais para o sucesso contínuo da BrasilAgro no futuro.
Autor: Florys Arutzman