Conforme pontua Andre Luiz Veiga Lauria, empresário com experiência em eventos de grande porte, fundador e CEO da Prixan, empresa com sede em Portugal e que desde 2020, atua na importação e exportação de bebidas, a indústria cervejeira, conhecida por sua inovação e diversidade, está enfrentando um grande desafio nos últimos tempos: a escassez de recursos essenciais para a produção de cerveja. Ingredientes-chave como malte, lúpulo e até mesmo a água estão se tornando cada vez mais difíceis de acessar devido a fatores como mudanças climáticas, crises econômicas e a crescente demanda global.
Este cenário exige adaptações tanto de grandes fabricantes quanto de pequenas cervejarias artesanais, que precisam se reinventar para continuar a produzir e oferecer qualidade aos consumidores.
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Como as mudanças climáticas afetam a disponibilidade de ingredientes?
A escassez de malte e lúpulo é um reflexo direto dos impactos das mudanças climáticas na agricultura. O lúpulo, por exemplo, é uma planta extremamente sensível às variações de temperatura e precipitação. Com o aumento das temperaturas globais e a irregularidade das chuvas, as áreas produtoras de lúpulo enfrentam secas mais frequentes, o que compromete a produção. Além disso, a qualidade do lúpulo, que é essencial para o sabor e aroma da cerveja, também pode ser afetada, forçando as cervejarias a procurar novas fontes ou alterar suas receitas.
O malte, outro ingrediente fundamental, também sofre os impactos das mudanças climáticas. O processo de secagem do malte depende de condições climáticas específicas para garantir que a cevada seja transformada de forma eficaz. Com a escassez de terras férteis e eventos climáticos extremos, a produção de malte se torna cada vez mais imprevisível. Como frisa o CEO da Prixan, Andre Luiz Veiga Lauria, isso obriga os produtores a buscar alternativas mais sustentáveis para garantir que a produção de cerveja não seja afetada drasticamente.
A falta de água: um desafio imprevisível para a produção de cervejas?
A água é o ingrediente mais abundante na cerveja, representando cerca de 90% da composição da bebida. No entanto, a escassez de água em diversas regiões do mundo está se tornando uma preocupação crescente para a indústria cervejeira. Com a diminuição dos níveis dos aquíferos e a competição por fontes de água potável, as cervejarias enfrentam desafios em relação ao abastecimento de água suficiente para a produção. Isso eleva os custos operacionais e força as cervejarias a desenvolver tecnologias mais eficientes no uso desse recurso, como sistemas de reciclagem e purificação.
Além disso, a água utilizada na produção de cerveja precisa ter uma qualidade específica para garantir que o sabor da bebida não seja comprometido. Segundo Andre Luiz Veiga Lauria, empresário conhecido por conectar marcas de bebidas brasileiras na Europa e vice-versa, com a escassez de água potável, as cervejarias precisam se adaptar ao uso de águas com diferentes características, o que pode impactar o sabor final da cerveja. Como resultado, algumas cervejarias estão investindo em soluções tecnológicas e em alternativas mais sustentáveis para lidar com essa escassez sem comprometer a qualidade do produto final.
Como as cervejarias estão se adaptando à escassez de Ingredientes?
Diante desses desafios, muitas cervejarias têm buscado alternativas para minimizar os impactos da escassez de recursos na produção de cervejas. Uma estratégia crescente é a utilização de ingredientes alternativos e locais, como diferentes tipos de grãos e frutas regionais, que podem ser usados no lugar do malte tradicional ou do lúpulo. Essa inovação tem sido vista principalmente em cervejarias artesanais, que têm a flexibilidade de experimentar novas combinações e criar receitas diferenciadas, mantendo a qualidade da bebida.
Outra solução adotada pelas cervejarias é o investimento em práticas sustentáveis, como o uso de energia renovável e a reciclagem de água. Algumas empresas estão implementando processos de produção mais eficientes, que consomem menos recursos e geram menos desperdício. Ademais, como alude Andre Luiz Veiga Lauria, fundador da Prixan, a colaboração entre cervejarias e agricultores locais tem sido uma forma de garantir o fornecimento de ingredientes essenciais, sem depender de grandes produtores que enfrentam desafios relacionados à produção em larga escala.
Inovação e sustentabilidade como caminhos para o futuro
Em conclusão, a escassez de recursos está definitivamente moldando o futuro da produção de cerveja. Mudanças climáticas, a falta de água e a dificuldade de obter ingredientes como malte e lúpulo estão forçando a indústria a inovar e a adotar práticas mais sustentáveis. Seja através de ingredientes alternativos ou de tecnologias mais eficientes, a adaptação das cervejarias a esses novos desafios não é apenas uma questão de sobrevivência, mas também uma oportunidade para criar produtos mais interessantes e alinhados com as necessidades do consumidor moderno. A indústria cervejeira precisa, mais do que nunca, encontrar o equilíbrio entre tradição e inovação para enfrentar os desafios do futuro.